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  • eloafbrandao

Coisas das quais não quero me esquecer (e ao mesmo tempo quero)

1- A vez em que minha língua grudou no picolé.

Era um fim de semana comum em que eu fui com meu pai no Shopping. Paramos na lojinha das paletas (que na época era moda, e por sinal, muito gostosas) e pedimos uma de morango com leite condensado e outra de ninho trufado. A moça que vendeu era simpática e gentil, uma mocinha de 20 e poucos anos.

Abri a paleta. Lambi a paleta. E algo que eu achava que só poderia ser coisa de filme me aconteceu: minha língua grudou! Eu puxava e... não saía! Doeu um pouquinho. Eita.

Mas foi a vendedora, coitada, que fez desse episódio engraçado: ela arregalou os olhos e colocou as mãos na cabeça. Ficou desesperada, correndo pra lá e pra cá em busca de água, balbuciando palavras inteligíveis. Ficou mais desesperada que eu e meu pai juntos, que na verdade, nos segurávamos para não rir dela (que feio, hein?)!

O desfecho? Bom, eu babei e minha língua desgrudou sozinha. Nem demorou muito. Mas os poucos segundos em que durou foi inesquecível!

"Pode se acalmar agora, moça!".


2- A vez em que minha alma saiu do corpo.

Férias de 2019, eu e meus pais fomos ao parque Beto Carrero World. Um lugar lindo, muito divertido e com filas tão enormes quanto o próprio parque. Enfim. Eu estava curtindo, sabe? Até que meus pais cismaram de ir em um brinquedo chamado Big Tower, e eu, tolinha, acabei concordando após alguma insistência.

A questão é: você sabe o que é uma Big Tower? Você sabe o que é uma Big Tower?!

É um brinquedo - se é que eu posso chamar assim - de 100m de altura (equivale a um prédio de 30 andares ou 70 carros empilhados) em que você cai em queda livre (aproximadamente 120km/hr). Os gritos são ouvidos por todo o parque. É radical, mas não como uma tirolesa ou montanha-russa - bem pior. Ouvi falar que a sensação é semelhante à vivida por pilotos em uma decolagem de avião de caça.

Peguei uma fila tremenda e fui no brinquedo, tensa como vocês nem imaginam. As cadeiras subiram. Ficamos alguns segundos lá no alto, "admirando" a vista e então: PÁ! A coisa desceu. Acreditem ou não, naquele momento eu gritei exasperada, como gritaria se estivesse de fato morrendo. Saiu uma voz irreconhecível dentro de mim, (tipo... muito grossa) que parecia estar seguindo a lei da inércia e ficando pra cima (assim como minha alma).

Pareceu levar minutos para que chegássemos ao chão (foram 6 segundos). E quando chegamos, a crise de riso que me deu quase me fez entrar em pane, estreando... "O colapso de Eloá"!!! Fiquei sentindo o efeito da queda livre por horas, e não foi nada legal. Mãe, pai, por que fizeram isso comigo?

Mas a melhor parte vem agora: a foto que o parque fez. Ficou tão feia que nem quisemos levar! A boca da minha mãe havia misteriosamente desaparecido, meu pai tinha feito uma careta e estava igual ao Grinch e eu... não ouso dizer como estava.


3- A vez em que meu pai me deu banha de porco (simplesmente imperdoável...)

Deixei essa por último porque é de longe a pior. Só de lembrar meu estômago embrulha: eca, eca, eca, eca!

Cheguei inocentemente na cozinha na hora do lanche. Meu pai também estava lá, mas nada inocente. Vi um pote com uma coisa branca dentro, que se parecia muito com a cocada de colher maravilhosa que a minha avó faz. Fiquei feliz na hora. Eu amo essa cocada.

"Oba! Cocada?" perguntei ao meu pai, sorrindo de orelha a orelha. Ele me olhou, muito sereno (e meio sádico, embora eu não tenha percebido na hora), e replicou: "Sim. Cocada da vovó Nair. Está uma delícia. Pode comer! Mas só um pouquinho, tá?". Peguei uma colher. Coloquei a "cocada" na colher. Coloquei a colher na boca.

Eu esperava sentir cremosidade, coco, leite consensado e um toque de canela. Mas... não.

Cuspi na hora, horrorizada, enquanto meu pai sem coração explodia em risadas descaradas. Aquilo não era cocada. Era banha de porco. E meu pai, aquela criança, se debulhava em lágrimas de tanto rir! Vê se pode!!! "Ah, eu vou contar tudo pra mamãe", pensei, vingativa.

Ai, nossa. Ufa! Eu precisava mesmo colocar isso pra fora! :)


14.03.2021

Eloá Faria Brandão

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